domingo, setembro 30, 2007

17 de Novembro de 2004

Big Band Poesie da Vienna Art Orchestra

21h30m - Estou no meu posto, no magnífico e acolhedor auditório da Culturgest. Ainda vejo Portugal aviar o Luxemburgo por 5-0, via TV.
Depois deixo-me embalar num fabuloso concerto da Vienna Art Orchestra. Uma coisa de encher a alma de música para um mês. Cá fora, após o concerto, consigo conter-me e não compro o CD. Em casa vou ao site da orquestra e descubro o diário da digressão, escrito pelo trombonista americano Ed Partyka. Vejo no dia seguinte que foi o melhor concerto. Tive sorte!

segunda-feira, setembro 24, 2007

16 Novembro de 2004

Atão a chavala dos Corrs teve um puto e não veio?

Hoje a minha amiga Maria João fez 40 anos. Cabrão do tempo! Não pára.

15h30m - Estou na hidroginástica. Mais uma vez como único representante masculino, no meio (é como quem diz, depende dos exercícios aquáticos) de 19 mulheres.
A água estava bastante fria. Gerou-se uma pequena onda de protestos. O jacuzzi, ao invés, estava porreiro.

17h30m - Almoço dobrada. Depois meto-me a caminho do metro da Alameda. Vou ao Atlântico. Estreio-me em concertos na Expo. Dei 32 euros para o balcão de nível 1. Qual concerto? Também não é mal perguntado, não senhor. Têm muita razão. Fui ver os Corrs. Se gosto dos Dalton nas histórias do Lucky Luke, também posso gostar dos Irmãos Corrs.

20h30m - Já estou sentado na primeira fila por baixo dos camarotes, a meio do pavilhão, em plena Tiazilândia. E muito céptico quanto à qualidade do som. Opto por ver bem, mas fico de pé atrás com o som.
Confirmou-se.
O concerto começou às 21h19m e só às 22h05m é que o je “entrou” no concerto, desapontado por não estar a perceber a letra das canções. Está bem que sou fã, mas também não é preciso exagerar. Gramava ouvir a miúda a dizer coisas, por mais inócuas que sejam.
A Andrea vinha toda de preto. Fartou-se de dizer “Muito obrigada” de forma correctíssima. A miúda tem energia para dar e vender. Mas gosto mais da irmã loura, a Sharon. O meu estado de espírito mudou radicalmente quando a Andrea e a Sharon começaram a esgalhar no pífaro e na rabeca, respectivamente. Aí é que a minha alma céltica me fugiu para o pezinho de dança.
O Pavilhão Atlântico estava muito compostinho. Aí umas 12 mil pessoas. Nada mau para um dia de semana. Terça-feira, pronto. Também querem saber tudo, olha que porra. Por acaso não sabem os resultados da jornada de pingue-pongue a que eu faltei? Bem me parecia.
O quê? Não, faltei mas avisei. Sim, senhor. Avisei o Inatel por carta e desejei uma salutar noite de fraternal convivência desportiva. Não foi assim, mas foi quase. Agora não vou buscar a carta, só por causa de um pormenor destes. E já ficam a saber que estas faltas de comparência me enviam direitinho para o grupo dos últimos. Se querem gozar, podem começar já.

23h10m - Terminou o concerto, depois de dois “encore”. O público rendeu-se. Acabei o concerto bem disposto, mas com aquele travo amargo do som. Bolas! Esperei seis anos até me estrear no Atlântico! Merecia um som como deve ser.
Fiquei deslumbrado com a sofisticação da Sharon, emérita violinista e toda a pinta de ser a mulher que está a fazer falta à minha vida: sensual, coleante, meiga, numa palavra: style, meus!

Quanto ela cantou a sua balada, o coração fugiu-me para a plateia VIP. Depois voltou, com um autógrafo no ventrículo de estibordo.
A irmã Caroline não veio. A irmã Andrea explicou que a chavala atravessa uma fase de recém-prenha. Já deu o puto à luz e está a recuperar. Não dá para se meter na marretada à bateria, tipo Animal dos Marretas. Não sei se foi por isso, mas os putos “groupies” das primeiras filas (muito bem comportados) mandaram-lhe uns ursinhos de peluche. E as miúdas acabaram o concerto de cachecol de Portugal ao pescoço, para satisfação do Scolari.
A Andrea disse que os portugueses eram uma “magnific audience”, mas também ainda não vi nenhum concerto em que dissessem o contrário.Uma vez o saxofonista Stan Getz (és o maior, onde quer que estejas, meu!) pôs-se a reinar com isso. “Olá, Copenhaga. Vocês são o meu melhor público dos últimos tempos. Ontem disse isto em Estocolomo”. Não sei se a ordem das cidades está certa, mas a piada era esta.
Vou ao WC. A máquina de preservativos avisa que só funciona com o dinheiro certo. Não dá trocos. Ou seja, é uma espécie de slot machine do amor que dá pouca confiança a jackpots para quem não tem as moedas certas.
Encontro uns amigos e ponho-me à conversa.
Depois ainda vou à Bertrand do Vasco da Gama. Desta vez com toda a calma. No lançamento do Luís Afonso foi de raspão. O meu “De boas erecções está o inferno cheio” está colocado entre o António Gedeão e a poesia erótica do José Craveirinha. Estou por cima do Manuel de Freitas.
A mesinha de entrada está cheia de Códigos Da Vinci.
— Não li, não gostei e tenho opinião sobre o livro! — disse um sujeito castiço para o empregado. É assim mesmo! Esta coisa de ler um livro por moda só me dá vontade de vomitar.
Começo a folhear por curiosidade e acabo por comprar mais um livro da Taschen, atraído pela taradice sexual e pelo preço moderado: “Roy Stuart, volume III”.
Não sabem quem é? Eu também não. Na contracapa diz que “o mestre do erotismo absoluto está de volta”. A opinião é da Playboy dos Estados Unidos, mas aparece escrita em francês. Não me perguntem porquê. Se calhar foi um francês importante que disse aquilo à Playboy americana.
O chamado mestre do erotismo absoluto é fotógrafo. Isso é certo. A Taschen não edita qualquer um. Quanto ao erotismo é que temos discussão. Porque há muita foto com meninas de sarda na boca. Ah! pois, aguentem-se!
“Crazy girl, what you’re doin’? For the fun? For the money? No…for the pleasure, pleasure, honey”. Começa assim o ensaio “Live show”. E a verdade é que não parece nada que as meninas o tenham feito por dinheiro, mas por prazer.
O conjunto de fotos reporta-se a uma cena de strip, com sexo ao vivo. E podem crer que se vê mesmo muito. Sexo oral, masturbação entre a assistência e um ar genuinamente interessado. A minha opinião sincera?
O fotógrafo reuniu malta disponível para sair em livro com o rótulo “Arte”. E a crazy girl deu-se toda pelo pleasure.
De resto, não se pode desprezar o coeficiente de genuinidade e surpresa em todo o livro, independentemente do maior ou menor grau de encenação das fotos.

domingo, setembro 16, 2007

14 de Novembro de 2004

Os juniores de Oeiras são de Sesimbra

15h30m - Faço um esforço e estou na Luz ao desabar do princípio da tarde. Militantemente adepto de voleibol, como ex-jogador e jornalista freelance. O jogo dava na RTP2, mas prefiro ao vivo. Quase convido o meu editor da Polvo para vir assistir ao encontro, mas depois penso que ele merece um Benfica-Castêlo da Maia ou um Benfica-Esmoriz para se estrear. Em resumo, um jogo entre candidatos.
A partida não teve história, com êxito do Benfica sobre uma empenhada Académica de Espinho, por 3-0. A tarde valeu pela boa disposição dos juniores de um clube de voleibol de Oeiras, que a seguir defrontavam os miúdos do Benfica. O “speaker” anunciou por duas vezes que o Benfica ia jogar com o Sesimbra. Os putos “afinaram” e no final tiveram direito a pedido de desculpas oficial.

18 horas - Passeio na FNAC Colombo. Acabo por comprar o último Lobo Antunes, com vontade de começar a ler já.

20 horas - Janto com uma amiga no Pasta Caffé.

24 horas - Vejo o “Noite Escura”, do Canijo, no Residence. Gostei do filme. Pretexto para rever em celulóide as minhas ex-colegas do curso do Stephen Rosenfield: Cleia Almeida, Anabela Moreira e Rita Blanco. Também tinha conhecido o Bogomolov (é o russo mau da fita) na Act, no Bairro Alto, quando fiz um curso com o Jorge Paixão da Costa.
Mesmo assim, ainda não esqueci a dupla Ana Bustorff/João Reis em “Sapatos Pretos”.

domingo, setembro 09, 2007

13 de Novembro de 2004

Já vi a Kerry Fox com a sarda na boca

Pronto. Já vi a Kerry Fox toda nua. O minuto 34 é o tal: vê-se a menina com a sarda do Mark Rylance na boca. Dura pouco tempo. É assim a modos que “O diabo no corpo” do século XXI. Na altura (há mais de 20 anos) o filme do Marco Bellochio deu que falar, só porque a Maruscha Detmers metia na boca a sarda de um cavalheiro. Vi no Apolo 70, que Deus tem.
Aquilo era de um obscurantismo atroz. A cena passava-se num canto escuro e a malta tinha de estar concentrada para perceber que o gajo estava mais mole que o mais mole dos pântanos. Acho que durava 17 segundos. Ou coisa assim. E o filme era mau.
Este “Intimidade” é bem melhor. Não tem a dimensão operática que o Patrice Chéreau imprimiu a “La Reine Margot”, com o pessoal a transpirar sangue e tudo. Não. Este “Intimidade” é mesmo um filme para ver pausadamente e meditar. Gostei, independentemente da Kerry Fox toda nua e dos gemidos de amor lembrarem dois cãezinhos a arfar, depois de muitas brincadeiras no jardim, a correr atrás de um pau ou de uma bola.

17 horas - Estou no comboio, mais um amigo. Vamos para a Parede, assistir ao Sporting—Barcelos, em hóquei em patins.
No final o Sporting perdeu por 4-3, porque deu muitas “barracas” defensivas. Bateu-se muito bem. Os jogadores do Barcelos estão muito cansados fisicamente.
Saio do pavilhão em passo apressado. Quero chegar a tempo do concerto do Terence Blanchard, na Culturgest. E chego. Comprei o bilhete e ainda fui comer dois folhados de linguiça à pastelaria Namur.
Belo concerto. O “encore” foi uma inspiradíssima balada, daquelas que deixa a alma dum gajo a pingar meiguices. Duas horas de quase magia. Alguns músicos vieram desopilar com um passeio em zona de putas, ao lado do Técnico. Cruzámo-nos.

domingo, setembro 02, 2007

12 Novembro de 2004

Mais duas derrotas!

Mais duas derrotas (e uma vitória) no pingue-pongue do Inatel.
Chego a casa e vejo a Académica a ganhar ao Estoril por 1-0. Depois agarrei-me a este livro, que estava interrompido desde 28 de Outubro, por cansaço patente. Pois é, tudo o que leram desde 28 de Outubro até hoje foi escrito agora. Comecei pouco depois da meia-noite. Agora são 3 da matina. Vou ver o “Intimidade” aqui no computador. Comprei-o no jornal PÚBLICO. Já tinha saído há muito tempo. Agora é que vou ver a Kerry Fox nua. Por apenas 8 euros e 90. Ou melhor, 9 e 90. Temos de comprar um jornal. Como eu já tinha, dei o exemplar suplente a um amigo.
Vou imprimir isto e depois mando-me ao filme.
Respiro de alívio. Estava a deixar acumular muito material, apontado em tópicos num bloco do Euro-2004.
Depois de ter desistido da Oficina para me editar este livro “meti o meu passo”, como disse ao editor. Mas não se preocupem. Ainda tenho muita coisa para vos contar.